09/06/2010

A História da IBC em Teatro de Cordel



A história da Igreja Batista Central foi contada em versos, rimas e teatro no Encontro para Pastores e Líderes, realizado nos dias 2, 3 e 4 de junho em Fortaleza. Estiveram presentes no evento cerca de 400 congressistas representando 17 estados brasileiros.
O Cordel precedeu a terceira palestra do evento, que foi ministrada pelo Administrador da igreja, Aristides Ulhôa.

Veja o vídeo:

A História da IBC em Teatro de Cordel from Euriano Sales on Vimeo.

O povo de Deus caminha em busca da salvação

Autor: Fernando Paixão

Lá na Bíblia está escrito
Abraão deixou a terra,
Devido à seca que emperra
A ordem do seu distrito.
Pra acabar com esse conflito
Veja o que fez Abraão:
Foi em busca de outro chão
Como faz a andorinha
O povo de Deus caminha
Em busca da salvação.

Abraão era um pastor
Seminômade, errante,
Caminhava sempre avante
Com fé no libertador
Conhecia bem a dor
Da marginalização
Vivia em busca de um chão
No tempo que ele não tinha
O povo de Deus caminha
Em busca da salvação.

Para ele a nova terra
Era uma bênção de Deus
Abraão chamou os seus
Sabendo que Deus não erra.
Sua benção não se encerra
Tem a continuação
Pois Deus disse a Abraão:
Seja o pai da nação minha
O povo de Deus caminha
Em busca da salvação.

Já o grupo de Isaac
Vivia da agricultura
Habitava a terra dura
Era um povo sem destaque
Se defendia do ataque
Do latifúndio de então
O poço era a solução
Da seca que se avizinha
O povo de Deus caminha
Em busca da salvação.

Jacó junto com seus filhos
Foi chamado de Israel
Pois servia ao Deus fiel
Superando os empecilhos
Mas, tornaram-se andarilhos
Em busca de água e pão
Caíram no alçapão
Do Egito, nação daninha,
O povo de Deus caminha
Em busca da salvação.

O povo foi oprimido
Na terra do faraó
O povo se via só
Escravizado e abatido
Depois disso acontecido
Deus os salva da opressão
Chama Moisés e Arão
Pela fé que a dupla tinha
O povo de Deus caminha
Em busca da salvação.

Moisés lutou a favor
Do seu povo escravizado
Fez um povo organizado
Pra fugir do opressor
Mostrando que é Senhor
Deus tráz a libertação
Dá ao povo a extinção
Da sua sorte mesquinha
O povo de Deus caminha
Em busca da salvação.

Josué grande guerreiro
De Moisés, foi sucessor,
Foi líder e conquistador
Do povo foi conselheiro
Enfrentou o estrangeiro
Lutou por libertação
Pra conquistar a nação
A espada desembainha
O povo de Deus caminha
Em busca da salvação.

Nosso povo se organiza
Na terra de Canaã
No alvorecer da manhã
O seu grito sonoriza
Um sistema sinaliza
Que há organização
Uma confederação
Mantém as Tribos na linha
O povo de Deus caminha
Em busca da salvação.

Profetas se apresentaram
No tempo da Monarquia
Vendo o povo que sofria
A sua causa abraçaram
Com força denunciaram
O peso da escravidão
Frente ao rei sem coração
O povo não se definha
O povo de Deus caminha
Em busca da salvação.

O tempo foi se passando
E o povo da Palestina
Conheceu uma menina
Que um filho tava esperando
Era o Messias chegando
Trazendo a Libertação
No meio da escuridão
O choro da criancinha
O povo de Deus caminha
Em busca da salvação.

Com a chegada de Jesus
Nossa esperança renasce
Pois Deus mostra a sua face
Resplandecente de luz
Assassinado na cruz
Nos trás a libertação
Com sua ressurreição
O seu Espírito encaminha
O povo de Deus caminha
Em busca da salvação.

Quando o povo se organiza
Muito mais se fortalece
Nosso Deus nunca se esquece
Do pobre que mais precisa
Eu já fiz uma pesquisa
Obtive a informação
Descobri que a união
Mantém o povo na linha
O povo de Deus caminha
Em busca da salvação.

Hoje tem comunidade
Que luta contra a cobiça
Não tolera a injustiça
Não apóia a falsidade
Não se dobra a autoridade
De quem gera a opressão
Promove a libertação
Da vida que é sua e minha
O povo de Deus caminha
Em busca da salvação.

Eclesiástes

Autor: Fernando Paixão


Ó musa da poesia
Embala nos braços teus,
Este poeta que implora
As santas graças de Deus
Pra versar sobre uma obra
Dos arquivos dos judeus.

Falarei com precisão
Sem causar quaisquer desgastes.
Mergulharei no universo
Das verdades e contrastes
Da obra de Coelet
O livro de Eclesiastes.

Coelet e Eclesiastes
Estes termos são iguais,
Traduz-se por assembléia
Nas traduções naturais;
Um hebraico o outro grego
Nas línguas originais.

Não sabemos qual o nome
De quem a obra escreveu,
Foi chamado Eclesiastes
Ou Coelet, o judeu.
Por pregar à “assembléia”
Esse título recebeu.

Coelet foi um mestre,
Viveu em Jerusalém,
Meados do século III
Num cenário onde tem
Poderosa dinastia
Fazendo o que lhe convém.

O helenismo alcançava
Nesse tempo a hegemonia.
Por todo o mediterrâneo
Grande exploração havia,
Na era ptolemaica
Com sede em Alexandria.

Por pagar muitos tributos
O povo ficava aflito
Nesse tempo a Palestina
Era apenas um distrito,
Província da Celessíria
Dominada pelo Egito.

O império se aliava
As classes sacerdotais,
Dessa forma o povo era
Explorado até demais,
A população sofria
Injustiças sociais.

E o Sumo Sacerdote,
Homem influente e astuto,
Governava a Palestina
Com poder absoluto
Aliava-se ao império
Na cobrança do tributo.

Por causa da opressão
O povo se desanima,
Com falta de horizontes
Vai perdendo sua estima,
Coelet, o velho sábio
Procura mudar o clima.

O pensamento do sábio
É por demais diferente,
Vai muito além da mesmice,
Ideais da sua gente;
Supera a ideologia
Da dominação vigente.

O autor se denomina
O sábio rei Salomão,
Mas, esse fato faz parte
De uma rica tradição,
Pra dar mais autoridade
A obra e a redação.

Diante do sofrimento,
Dominação e maldade,
Que pode fazer o homem
Pra mudar a realidade,
Conquistar a plenitude
Da sua felicidade?

Eclesiastes escreveu
Uma prosa ritmada
Expressando o sentimento
De uma nação explorada
Vou transpor sua mensagem
Na poesia rimada.

Tudo na vida é fugaz
Tudo é muito passageiro!
Que proveito tira o homem
Do trabalho rotineiro?
Tudo, debaixo do sol,
É fugaz, passa ligeiro.
(1,2-3)

As gerações vão e vêm
O sol se põe e levanta,
O vento dá suas voltas,
Assobia, sopra e canta.
Em busca de explicações
O homem sofre, se espanta!
(1,4-6)

Os rios correm pro mar
Mas não fá-lo transbordar.
Por mais que o homem procure
Não consegue desvendar
Os mistérios que há na vida
Porque tudo vai passar.
(1,7-11)

Pra que tanta sapiência,
Tanta riqueza e poder,
Se a vida é mesmo fugaz,
É como o vento a correr
Varrendo o luxo e a vaidade
Nos deixando o padecer?
(1,12-18)

O riso falso é tolice
No curto tempo de vida.
Para que a insensatez,
Entregar-se pra bebida?
Pra que obras grandiosas
Se a consciência é falida?
(2,1-11)

O insensato não tem
Consciência do divino;
É diferente do sábio
Que não vive em desatino.
Mas o sábio e o insensato
Terão o mesmo destino.
(2,13-16)

O trabalho quando é árduo
Deixa o homem afadigado;
E tudo que ele produz
Por alguém será herdado.
Se o trabalho é prazeroso
Terá melhor resultado.
(2,17-26)

Para tudo existe um tempo
Isso temos que entender!
Tem o tempo pra plantar
E o tempo de colher,
O tempo do nascimento
E o tempo de morrer.
(3,1-3)

O tempo da construção,
E tempo pra destruir,
O tempo para chorar,
Tem o tempo pra sorrir,
O tempo para o regresso,
E o tempo pra gente ir.
(3,4)

O tempo de recolher,
E o tempo de dispersar,
Tem o tempo do abraço
E o tempo pra separar,
O tempo para perder
E o tempo pra ganhar.
(3,5-6)

O tempo de jogar fora
E o tempo de guardar
Tem o tempo do silêncio
E o tempo de falar
Tem o tempo para o ódio
E o tempo para amar.
(3,7-8)

A vida só tem sentido
Quando a gente vive bem,
Usufrui o resultado
Que do trabalho advém.
Amar a Deus e ao próximo
Sem fazer mal a ninguém.
(3,12-14)

Seremos todos julgados
Como diz a Escritura:
O insensato e o justo
Sofrerão mesma amargura
No fim todos estaremos
Nos braços da sepultura.
(3,16-22)

Debaixo do sol existe
Opressores e oprimidos.
Os primeiros são cruéis,
Fabricam dor e gemidos,
Os segundos se arrependem
De um dia terem nascidos.
(4,1-3)

Que nossa vida não seja
Constante competição
Que o homem saiba enxergar
Na face do seu irmão,
Um parceiro que partilha
A doçura do seu pão.
(4,4-6)

Não é bom que o homem viva
Neste mundo, tão sozinho,
Amargando a solidão
Sem afago e sem carinho;
Quando dois seres se deitam
Aquencem melhor o ninho.
(4,7-12)

Todo poder é fugaz,
Sua mudança é constante,
Seja um velho experiente
Ou um jovem militante;
Nenhum ser se perpetua
No trono do governante.
(4,13-16)

Quando for falar com Deus,
Ao entrar no santuário,
Não multiplique as palavras
Fale só o necessário;
Ao fazer uma promessa
Cumpra todo o itinerário.
(5,1-6)

A pirâmide da injustiça
Tem o pobre como base.
Mas, se o pobre se organiza,
Não há força que o arrase.
Hoje quem ocupa o topo,
Amanhã muda de fase.
(5,7-8)

A ganância por dinheiro
É uma coisa insaciável,
Quem acumula riqueza
Não tem o sono saudável,
Não tem paz nem tem sossego,
Seu patrimônio é instável.
(5,9-11)

O homem, pra ser feliz,
Tem que comer e beber,
Acabar com o sofrimento,
A fadiga e o padecer,
Pois a vida chama o homem
Pra ser feliz e viver.
(5,17-19)

Há pessoas que recebem
Riqueza, honra e conforto.
Mas, há pobre que na vida,
Mais parece um ente morto,
Não sabendo se é melhor
Estar vivo ou ser um aborto.
(6,1-3)

O homem é ser pequeno
Diante do criador.
Só Deus sabe dos mistérios
Pois é ser superior.
O homem nos seus limites,
Não passa de um pecador.
(6,10-12)

Parece a morte melhor
Que o dia do nascimento.
É melhor estar na casa
Que não tem divertimento.
É aí que o sábio aguça
O seu nobre pensamento.
(7,1-5)

Não fique tão irritado,
Leve a vida com prudência.
Não lamente o seu passado
Com sua benevolência.
Não faça como o insensato
Tenha calma e paciência.
(7,8-10)

Importante para o homem
É sua sabedoria.
É viver o seu presente
Ser feliz a cada dia,
Contemplar as maravilhas
Que Deus neste mundo cria.
(7,11-14)

Toda nossa natureza
Deve ser equilibrada.
Não seja justo nem sábio
De forma demasiada;
Não há justo que não peque
Ao longo da caminhada.
(7,15-20)

Pesquisei e descobri
Que os filhos de Deus na terra,
Seja um homem ou mulher,
Na cidade campo ou serra,
Entre todos não achei
Nenhum deles que não erra.
(7,25-29)

O sábio não é aquele
Que só conhece as ciências,
Mas, aquele que contempla
O mistério das essências,
Que é capaz de enxergar
Para além das aparências.
(8,1)

Diante de um poderoso,
Um rei, uma autoridade,
Seja prudente e procure
Agir com simplicidade,
Não vale a pena fazer
Nenhuma rivalidade.
(8,2-7)

Quando a justiça nos falta
Não importa ser um justo,
Eu vejo o justo sofrendo
Muito mais do que o injusto.
Eu vejo o pobre implorando
Por justiça a qualquer custo.
(8,10-14)

Ninguém nesta vida breve
Conhece a sabedoria,
Mesmo que alguém a procure
Seja de noite ou de dia,
Jamais compreenderá
Os mistérios que Deus cria.
(8,16-17)

Viver sempre vale a pena
Apesar das más ações,
Pois a vida é sempre feita
De muitas contradições.
E nossa felicidade
Depende das relações.
(9,1-6)

Coma seu pão com alegria
Toma o vinho com prazer
Sei que a vida é muito breve,
Não nos polpa o padecer,
Sonhe, viva, ame muito...
Que esta vida é pra viver!
(9,7-10)

Um pouco de insensatez
Causa muito prejuízo.
Mas, o homem quando é sábio,
Ele é prudente e preciso,
Não é como o insensato
Que não tem paz nem juízo.
(10,1-3)

Eu vi debaixo do sol
Grande mal acontecer.
Vi o justo na miséria,
Insensato no poder,
Escravos na mordomia
E nobres no padecer!
(10,5-7)

Ai do país governado
Por quem faz corrupção,
Um governo que se esquece
Que sua nobre posição,
Tem como finalidade
Servir ao povo e a nação.
(10,16-17)

Quem não planta nem trabalha
Esse jamais colherá,
Quem fica esperando o tempo,
Também não semeará,
Quem não põe o pé na estrada
Também nunca chegará.
(11,4-6)

É agradável pros olhos
Contemplar o arrebol,
Ver despontar nas colinas
Os raios quentes do sol,
Deslumbrar por entre as flores
O encanto do girassol.
(11,7)

Viva a sua juventude
Com tudo que tem direito.
Conserve as normas de Deus
Guardadas dentro do peito.
Ame a paz e a justiça
Que a vida tem mais proveito!
(11,8-9)

Esta obra eu escrevi
Com a verve acalorada,
Construí o seu enredo
Com estrutura organizada.
Coelet renasceu
Na poesia rimada.

A Páscoa

Autor: Fernando Paixão

Que Deus santo de Israel
Me dê muita inspiração,
Pra que esse humilde poeta
Possa cumprir a missão
De escrever esse cordel
Falando em libertação.

Uma pessoa querida
Brilhante idéia me deu
De escrever esse trabalho
Para o crente e para o ateu
Falando do surgimento
Da Páscoa do povo hebreu.

A Páscoa significa
No seu étimo: passagem
Saída da escravidão
Para uma nova viagem
Marchando pra liberdade
Com força, fé e coragem.

Na aurora da existência
Um povo foi escolhido,
Por Deus ele foi eleito
Um povo que foi ungido
Povo de sangue guerreiro
Dentre todos preferido.

Esse povo tem história
Que é por demais fascinante
A raiz é Abraão
Que foi arameu errante
Gerou Isaac e Jacó
Pais do povo caminhante.

Jacó teve 12 filhos:
Ruben foi primeiro irmão
Issacar, Dã e Aser,
Levi, Gad e Simeão,
Neftali, Zabulon
Citei nove até então.

Tem ainda Benjamim
Judá, esse também é,
O último que citarei
É personagem de fé,
Tem história fascinante
E seu nome é José.

Nesta lista dos irmãos
Tá faltando uma menina
Seu nome não é citado
Pois a história discrimina
Filha mulher de Jacó
E seu nome era Dina.

Esses filhos de Jacó
Citados na Tradição
Representam todo o povo
De Israel ou de Sião
São personagens sagrados
Patriarcas da nação.

Esse povo descendente
Da linhagem de Jacó
Sofreu uma grande seca
Ficou sofrendo no pó
Foi escapar no Egito
Sob os pés do Faraó.

E nessa terra estrangeira
O povo foi maltratado
Enfrentou duras corvéias
Sob o chicote humilhado
Perdeu sua identidade
Ficou sendo escravizado.

E por ser um povo forte
Superou a humilhação
Suportou o grande peso
Da canga da opressão
Porque sonhava que um dia
Viria a libertação.

Alimentados no sonho
Esse povo ía crescendo
Se tornou tão numeroso
Pois o rei ficou temendo
Que o povo se revoltasse
Foi então logo dizendo:

- Quando uma mulher hebréia
Der a luz a uma criança
E se for um filho macho
Não lhe darei confiança
Sem piedade farei
Com o inocente a matança!

Mas, uma boa parteira,
Não concordou com a morte
Salvou logo uma criança
Porque era bela e forte
A criança era Moisés
Que teve essa grande sorte.

Foi esse mesmo Moisés
Que na corte foi criado
A sua infância foi nobre
Como príncipe, educado,
Mas não aceitava nunca
Ver seu povo injustiçado.

Fervia nas suas veias
Sangue de paz e bondade
Não tolerando a injustiça
Cometeu fatalidade
Assassinou um egípcio
Que cometia maldade.

Moisés teve que fugir
Se tornando um ser errante
Foi em busca de outras terras
Pra outro lugar distante
Mas, Deus logo o convocou
Para seu plano brilhante.

Moisés estava no campo
Apascentando o rebanho
Quando de repente viu
Aquele episódio estranho
A sarça pegava fogo
Era um mistério tamanho!

Do fogo vinha uma voz
Dizendo: - Preste atenção
Escolhi você, Moisés
Juntamente com Aarão
Para libertar meu povo
Das garras da escravidão.

Dizia mais pra Moisés:
- Eu vi, eu vi o lamento
Ouvi o clamor do povo
Por causa do sofrimento
Eu desci pra libertá-lo
Eis que chegou o momento!

Moisés sem nada entender
Começou a recuar
Dizendo: - Não sou capaz
Desta missão enfrentar,
Eis que sou um homem gago
Nem sequer eu sei falar!

Mas, Deus convenceu Moisés
Lhe dando força e coragem
Moisés deixou sua terra
As ovelhas, a pastagem...
E pras terras do Egito
Começou sua viagem.

No Egito Moisés fez
Aquele esforço medonho
Pra convencer faraó
Que realizasse o sonho
Da libertação do povo
Escravizado e tristonho.

O Egito resistiu
Não deixava o povo hebreu
Escapar da escravidão
E Deus então resolveu
Lutar contra o faraó
E o combate então se deu.

O Deus todo poderoso
Mandou pragas pro Egito
Faraó foi suportando
O doloroso conflito
O combate Deus venceu
Mostrando ser Infinito.

Deus mandou para o Egito
Uma praga violenta
Até mesmo o faraó
Tamanha dor não agüenta
A morte dos primogênitos
O Egito inteiro lamenta.

Faraó muito abatido
Deixa o povo ir embora
O povo já deslumbrava
O raiar da nova aurora
Festejou a liberdade
E saiu de estrada afora.

E na noite anterior
Houve então um ritual
O povo se reuniu
Com uma pressa anormal
Nesse momento nascia
A celebração pascal.

E cada família hebréia
Se uniu em oração
Prepararam sua ceia
No meio da escuridão
Porque ao raiar do dia
Viria a Libertação!

A ordem era imolar
Um cordeiro sem defeito
De um ano de idade
Que fosse macho, perfeito
Um cordeiro por família
Pra se cumprir o preceito.

O sangue do animal
No ritual, imolado
Nas travessas e batentes
Deveria ser passado
Pra marcar as residências
De quem será libertado.

Pois naquela mesma noite
Um anjo ia passar
Os primogênitos egípcios
Ele ia exterminar
Os filhos do povo hebreu
Todos iam se salvar.

Houve então a grande ceia
No meio da noite escura
Comendo apressadamente
Carne assada sem gordura
Já com cajado na mão
E o cinto na cintura.

A carne era acompanhada
Com pães ázimos, sem fermento,
Bebiam ervas amargas
Como sinal de lamento
Relembrando a escravidão
As dores e o sofrimento.

Pois então aconteceu
Conforme foi prometido
Deus libertou o seu povo
Que ficou agradecido
Para a terra prometida
O povo foi conduzido.

Todo povo de Israel
Que celebra desde então
O grande acontecimento
Da sua libertação
Até hoje o mantém vivo
Nessa rica tradição.

Foi na Escritura Sagrada
Que muita gente já leu
O grande acontecimento
Que a História conheceu
Ato fundante da fé
Do bravo povo judeu.

Aqui faço uma ressalva
Para o leitor se informar:
O hebreu já celebrava
Antes de se escravizar
A Páscoa é bem mais antiga,
Que se possa imaginar!

Os mais antigos pastores
Nas celebrações pascais
Imolavam um cordeiro
Com gestos e rituais
E com o sangue tingiam
As entradas dos currais.
Pois eles acreditavam
Que com esse ritual
Se protegia o rebanho
Dos espíritos do mal
E o sangue do cordeiro
Tinha poder divinal.

O hebreu lá no Egito
Ao sair da escravidão
Deu novo sentido à Páscoa
E sua celebração.
Páscoa agora representa
A sua libertação.

A Páscoa para o judeu
É grande acontecimento;
Da revelação de Deus
A Páscoa é o fundamento
Recebeu mais um sentido
Com o Novo Testamento.

A Páscoa significa
Para o povo que é cristão
Nascimento, vida nova,
Amor e renovação
Por causa de Jesus Cristo
E sua ressurreição.

Terminei o meu relato
Procurando ser fiel;
Expliquei o que é Páscoa
Nas estrofes do cordel
Falei do maior evento
Da História de Israel.