13/12/2009

O Judeu e a Samaritana

Autor: Fernando Paixão

Vou contar uma história
Que é de todos conhecida
Está no livro sagrado
Por João desenvolvida
Porém agora em cordel
A história será lida

O Evangelho de João
Tem jeito peculiar
Dos outros três se difere
É uma obra singular
No bojo das escrituras
POssui beleza sem par

Das histórias contidas
No Evangelho de João
Tem uma delas que quero
Chamar bem a atenção
A mulher que conversava
Com Jesus no cacimbão

O cacimbão era o poço
Do patriarca Jacó
Tinha muita tradição
Antigo como ele só
Ficava na Samaria
Terra onde viveu Ló

Quero antes explicar
Porque é que a Samaria
Era muito desprezada
Pela região judia
Não havia um judeu
Que ali passasse um dia

Samaria é a mesma
Terra por Deus prometida
Mas no decorrer da história
Teve que ser repartida
No tempo da monarquia
Norte e Sul foi dividida

No tempo de Salomão
A população no Norte
Reclamava dia e noite
A sua falta de sorte
Era tanto do tributo
Que o pobre via a morte

A população do Norte
POr causa da repressão
Fez um grande movimento
Pela emancipação
Conseguiram a liberdade
No tempo de Roboão

Roboão era um dos filhos
Herdeiros de Salomão
Não teve sabedoria
Pra governar a nação
E então se deu origem
No país a divisão

Joroboão foi o rei
Que ao norte governou
No sul ficou Roboão
Que o povo rejeitou
E no fim dessa história
O povo foi quem pagou

A nação enfraquecida
Ficou muito vulnerável
Os assírios invadiram
Era tudo inevitável
Destruíram sem piedade
Que desastre lamentável

Rei Oséias governava
Nesse tempo a Samaria
E em sete vinte e dois
Foi o ano da sangria
E o povo de Israel
Nunca mais teve alegria

O povo foi deportado
Para as terras estrangeiras
A dominação assíria
Expandiu suas fronteiras
Samaria foi aos poucos
Esquecendo suas maneiras

No Norte não se ligava
Muito pra religião
Aquela oficial
Que se tinha obirgação
De no templo cultuar
O Deus do pai Abraão

Nos costumes estrangeiros
Todos iam se envolvendo
Pouco a pouco a Samaria
Sua fé foi esquecendo
O respeito de Judá
Samaria foi perdendo

Judá, reino do sul;
Capital Jerusalém
Conservava a lei do templo
E era radical também
Não queria que a lei fosse
Violada por ninguém

O tempo foi se passando
E no tempo de Jesus
o judeu conservador
Que a lei de Deus conduz
Causava tanta injustiça
Pela forma que a traduz

Dizia sempre o judeu
A Samaria não presta
Pois sua população
É impura tem aresta
Judá é o povo santo
Que na terra ainda resta

Agora caro leitor!
Podemos continuar
A história que eu estava
Começando a contar
Da mulher que com Jesus
Pegou-se a conversar

Era uma samaritana
Aquela mulher do poço
Ficou tão admirada
Com aquele homem moço
Quebrando grande tabu
Sem fazer nenhum esforço

Jesus era um judeu
Não podia conversar
Com mulher da Samaria
Ou qualquer outro lugar
Para o homem era feio
Esta atitude tomar

Agora eu vou contar
Como diz a escritura
A conversa de Jesus
Com aquela criatura
Tinha o coração aberto
Só não era casta e pura

Jesus Cristo caminhava
Por toda a região
Em lugarejos e vilas
Pra fazer a pregação
E esteve na Judéia
Pra cumprir sua missão

Passou pela Samaria
Pra chegar na Galiléia
Por causa dos fariseus
Jesus mudou de idéia
Não podendo mais ficar
Foi saindo da Judéia

E no meio do caminho
Na cidade de Sicar
Jesus estava passando
Ali decidiu ficar
pois já era meio dia
Foi preciso descansar

Sentindo fome e sede
Jesus se aproximou
D'uma mulher que estava
No poço, ela olhou...
Dê-me um pouco desta água
Foi o que Jesus falou

Os discípulos de Jesus
Tinha ido pra cidade
Pra comprar o alimento
Pra sua necessidade
Ficou Jesus e a mulher
Naquela localidade

A mulher se espantou
Porque nada entendia
Como é que um judeu
Desta água lhe pedia
E quem era aquele homem
Ela ainda não sabia

Pois eu sou a Água Viva
O Cristo se revelava
Aquela mulher sorria
Sem saber que se tratava
Dá água vivificante
Que a sede saciava

A mulher disse a Jesus
Que o poço era fundo
E Jesus com paciência
Lançou-lhe um olhar profundo
tinha em seu coração
O maior amor do mundo

E Jesus já foi dizendo
Desta água quem beber,
Não terá sede jamais
Para sempre vai viver
Nascerá pra vida eterna
Quem a água conhecer

Jesus Cristo ao dizer
Pra mulher quem ele era
Falou de uma verdade
Que não era um quimera
Que ele é o Salvador
Que o mundo tanto espera

Era tanto preconceito
Sobre aquela infeliz
Somente por ser mulher
E ser uma meretriz
Por viver na Samaria
Ela não era feliz

Mas Jesus ao vê-la assim
Desprezada pelo povo
Olhando-a com ternura
Ela disse: eu te louvo
Esta cena eu sei que foi
Acontecimento novo

Agora veja o leitor
O que faz o Nazareno
Amou aquela mulher
Com amor doce e sereno
E pra ela declarou-se
Com o seu gesto ameno

Não foi para o judeu
Que Jesus se revelou
Este povo prepotente
Jesus não abençoou
Foi para a samaritana
Que Jesus se declarou

Isso mostra que a lei
Não é para escravizar
Deve estar sempre a serviço
E à pessoa libertar
Quem se apega tanto à lei
Não sabe o que é amar

Sei que aquele encontro foi
Pra nos dá essa lição
Que a pessoa vale mais
Do que uma prescrição
Quem condena um pecador
Não está sendo cristão

Meu trabalho chega ao fim
Da história fui fiel
Deus me deu sabedoria
Pra escrever esse cordel
Retratando um episódio
Da história de Israel

08/10/2009

Juntos servindo em amor

Autor: Euriano Sales

Hoje é dia de culto
E nós aqui “tamo” esperando
Começar a programação
E ouvir o pastor Armando
Falar sobre servir JUNTOS
E a gente só escutando

Quando acaba nós “vamo” embora
As vezes empilha as cadeiras
Mas será só isso que devemos fazer?
Não existe outras maneiras?
Como faço para ajudar
Os companheiros e a companheiras?

Se você olhar ao redor
Vai ver que não falta serviço
De cara já vê os Centuriões
E não se faça de omisso
Seu carro tá bem “guardadin”
Todo mundo sabe disso.

As crianças tem seu cantinho
O Futuro dessa Geração
Mas pra cuidar da criançada
Sempre é bom mais uma mão
Quem sabe não falta você
Pra impactar essa geração?

Se estou com fome vou na Cantina
Mas antes passo pela Recepção
Pra ler um livro na Biblioteca
Pra informação vou no Conexão
Ao ver as cadeiras lembro da Logística
Lembro do Som ao ouvir a canção.

O culto é todo Filmado
Mas pra isso precisa de gente
Se tem Teatro precisa de ator
Nos Bastidores tem gente presente
Se eu pensar que pra tudo há alguém
Não vai faltar serviço na mente.

Servir Juntos é a palavra de ordem
Juntos servindo ao Senhor
Juntos em prol do reino
Juntos com muito fervor
Juntos com muita alegria
Juntos servindo em amor.

29/06/2009

Surf House - Casa dos Surfistas

Autor: Euriano Sales
Desenhos: Cauê Pascoa

Este vídeo é um cordel animado contando a história de um jovem surfista que teve um sonho de construir uma Casa para Surfistas, Surf House, onde pudessem ali compartilhar a mensagem do criador das ondas, Deus.

28/05/2009

GALOPE A BEIRA MAR – NOVO TESTAMENTO

Autor: Fernando Paixão

Eu lembro que o povo lá da Galiléia
No tempo passado esperava o Messias
Até que cessou a contagem dos dias
Surgindo do meio da classe plebéia
Um jovem pregando pra sua platéia
Dizendo que as coisas precisam mudar
E chama discípulos pra lhe ajudar
Convidando gente do campo e da praça
Chamou pescadores que viu na barcaça
Cantando galope na beira do mar.


Tudo começou quando na Palestina
O povo amargava uma forte opressão
Sofrendo sonhava por libertação
E de Nazaré uma jovem menina
Tão doce, inocente, pura e pequenina
Um anjo aparece pra lhe avisar
Que seu ventre puro iria gerar
Um filho que ia ser grande poeta
Salvador e santo, pastor e profeta
Cantando galope na beira do mar.


A jovem assustada prostrou-se no chão
Dizendo que aquilo não era possível
Mas a pulsação do seu peito sensível
Qual jovem criança quase sem razão
Dizendo pro anjo: não tenho varão
Por isso não posso esse filho gerar
Mas, faça-se em mim o que Deus desejar
Pra Deus quero ser uma serva fiel
Cantando louvores ao Deus de Israel
Nos dez de galope na beira do mar.


O tempo passou e o povo escutava
A voz que clamava no alto deserto
Pra cima, pra baixo, pra longe e pra perto
Soava essa voz que o profeta pregava
Nas águas do rio também batizava
Pedindo ao povo pra se preparar:
Que nosso Messias não tarda a chegar
- Batizo com água começando o jogo
Mas ele batiza com Espírito e com fogo
Cantando galope na beira do mar.


Jesus aparece para João Batista
Mergulha nas águas do Rio Jordão
Quando se batiza tem uma visão
Narrada no livro do Evangelista
O céu se abrindo diante da vista
Palavra serena ele ouve no ar
O Espírito Santo vem sobrevoar
Jesus nessa hora se faz consciente
Que ele é o Filho do Onipotente
Cantando galope na beira do mar.


E para o deserto ele foi conduzido
A soma dos dias contava quarenta
Jesus persevera, se esforça e enfrenta
Todo pesadelo por ele sofrido
Escuta uma voz lhe falando no ouvido
Eu tenho poderes pra lhe ofertar
Porém Jesus Cristo se fez superar
Não foi seduzido por seu inimigo
Com a força de Deus se livrou do perigo
Cantando galope na beira do mar.


E assim começou para o pobre e pequeno
Feliz despontar de uma nova bonança
Porque nessa hora a finada esperança
Já ressuscitava em Jesus Nazareno
Aquele rapaz com aspecto sereno
Com plenos poderes se pôs a pregar
Chamando os pequenos para celebrar
Seu Reino de paz, de justiça e igualdade
Um Reino onde impera somente a verdade
Nos dez de galope na beira do mar.


A sua mensagem não foi escutada
Por gente importante da sua nação
Porém encantando toda multidão
A boa semente da paz foi plantada
Mas foi o Sinédrio que armou a cilada
Dizendo: esse homem nós vamos calar
Prenderam, julgaram para o condenar
A morte cruel duma cruz amargou
No terceiro dia ele ressuscitou
Cantando galope na beira do mar.

O VALOR DA RESSURREIÇÃO

Autor: Euriano Sales

Grandes reis, grandes juizes
Grandes magos e profetas
Grandes homens desse mundo
Cantores, Artistas e Atletas
Cientistas, Generais, Presidentes
Todos eles tiveram uma meta

Muitos deles a cumpriram
Começou e Terminou
Mas teve gente que infelizmente
No meio do caminho ficou
Morreram antes da hora
E nunca ressuscitou

Livros incompletos
Teorias inacabadas
Mandatos não cumpridos
Guerras não finalizadas
Obras interrompidas
Esperanças derrubadas

Tem profeta que foi e nao veio
E tem gente que ainda espera
Maomé, Buda, Zoroastro
Cada um em sua era
Estão mortos e enterrados
E o povo ainda venera

Como pode alguém venerar
Um ser igual a mim
Eu mesmo é que não queria
Crer num deus assim
No aperreio pra quem eu apelo?
Um ser que já teve seu fim?

Eu quero algo diferente
Que seja maior do que Eu
Que seja maior que o mundo
Maior do que os anjos de Deus
Prefiro crer em alguem
Que até a morte venceu

Dessa forma eu tenho esperança
A morte nao é o fim do meu mundo
Pois prefiro crer na vitória
Ainda que seja absurdo
Quem disse que a morte é lucro
Entendeu o sentido de tudo

Resolvi então adorar
Esse alguém que eu imaginei
Será que existe um ser assim?
Entre os profetas, deuses e Rei?
Se existe com certeza
É a ele que eu seguirei

Procurei no dicionário
Começando na letra A
Acabei não demorando muito
Pois no J, lá está
Esse alguém que eu procurava
Era Jesus, Leão de Judá

Carpinteiro e Profeta,
Foi homem, é Deus e Rei
É maior do que o mundo
Maior de todos que eu falei
Venceu povos e culturas
Sem burlar nenhuma lei

Dividiu a história no meio
Antes e depois de Cristo
Deu visão a quem foi cego
Fez milagres imprevistos
Tudo o que ele previu
Aconteceu como foi dito

Perseguido ele foi
E numa cruz foi pendurado
Morreu como foi previsto
Passou três dia enterrado
Mas foi o único que ressucitou
E o seu trabalho terminado

O NASCIMENTO DE JESUS (CORDEL ANIMADO)

Textos: Euriano Sales
Desenhos: Meg Banhos


A HISTÓRIA DO CORDEL




A história da literatura de cordel começa com o romanceiro luso-espanhol da Idade Média e do Renascimento. O nome cordel está ligado à forma de comercialização desses folhetos em Portugal, onde eram pendurados em cordões, lá chamados de cordéis. Inicialmente, eles também continham peças de teatro, como as de autoria de Gil Vicente (1465-1536).Foram os portugueses que trouxeram o cordel para o Brasil desde o início da colonização. Na segunda metade do século XIX começaram as impressões de folhetos brasileiros, com características próprias daqui. Os temas incluem desde fatos do cotidiano, episódios históricos, lendas , temas religiosos, entre muitos outros. As façanhas do cangaceiro Lampião (Virgulino Ferreira da Silva, 1900-1938) e o suicídio do presidente Getúlio Vargas (1883-1954) são alguns dos assuntos de cordéis que tiveram maior tiragem no passado. Não há limite para a criação de temas dos folhetos. Praticamente todo e qualquer assunto pode virar cordel nas mãos de um poeta competente.

No Brasil, a literatura de cordel é produção típica do Nordeste, sobretudo nos estados de Pernambuco, da Paraíba, do Rio Grande do Norte e do Ceará. Costumava ser vendida em mercados e feiras pelos próprios autores. Hoje também se faz presente em outros Estados, como Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo. O cordel hoje é vendido em feiras culturais, casas de cultura, livrarias e nas apresentações dos cordelistas.

CRISTÃO QUE CRÊ NÃO MORRE

Autor: Tarcísio José Fernandes Lopes

Um cristão com mão amiga
Que tem Deus no coração
E que ama seu irmão,
Só quer paz, não quer intriga.
Esse aí Deus não castiga.
Se o pecado não lhe acorre,
Sua salvação ocorre;
Então ele grita forte:
Não se achegue, dona morte,
Pois cristão que crê não morre.


É assim que eu quero ser,
Para isso me preparo.
Pecador eu me declaro
Mesmo sendo sem querer.
Mas trocando o prazer
Que da tentação decorre
Por um Deus que me socorre,
Ir pro céu será meu norte.
Não se achegue, dona morte,
Pois cristão que crê não morre.


O que eu quero é viver,
Pra morrer não tenho pressa.
Minha vida recomeça
Quando Deus levar meu ser.
Quando isso acontecer
Todo mal de mim escorre,
Porque Deus a mim socorre.
E se Deus é meu consorte,
Não se achegue, dona morte,
Pois cristão que crê não morre.


Todo dia agradeço
A meu Deus por minha vida,
Que em mim foi concebida
Sem nenhum “mau adereço”.
Eu não sei se eu mereço
Ter a vida que me acorre.
Se a mereço, que me jorre
Abundante esta sorte.
Não se achegue, dona morte,
Pois cristão que crê não morre.


Repensando meus conceitos,
Caibo bem neste meu mundo.
Meus deveres não confundo
Com quaisquer dos meus direitos.
Expurgando meus defeitos
Em meu ser o bem percorre
E meu íntimo assim discorre:
– Se a fé me dá suporte,
Não se achegue, dona morte,
Pois cristão que crê não morre.


Nesta estrofe derradeira
Eu revelo um segredo:
De morrer, eu tenho medo,
Foi assim a vida inteira.
Sei que a vida é passageira
Mas não quero que ela torre.
Sei que a morte sempre ocorre,
Mas morrer não é meu forte.
Não se achegue, dona morte,
Pois cristão que crê não morre.

O Nascimento de Jesus



Autor: Euriano Sales

Dos doze meses do ano
O de dezembro é o mais bonito
Todo mundo prega a paz
Confraternizam em nome de Cristo
Mas ai daquele que não der um presente
Pode gerar até um conflito

É verdade, é assim que acontece
E por favor não me interprete mal
Pois esse mês tão lindo que eu disse
Também é o mês mais comercial
Nascimento de quem? Jesus?
Eu quero é meu presente de natal

Ninguem lembra do começo de tudo
Mas pode deixar, vou refrescar sua memória
Há muito tempo, lá em Belém
Deu início a essa bela história
Do verdadeiro dono da festa
Digno de toda honra e glória

Houve um período na história
Que Deus se calou pro seu povo
Foram cerca de 400 anos
Até surgir um profeta novo
O nome dele seria João
Responsável por esse renovo

Zacarias era um homem bem velho
E Isabel também bem veinha
Ter um minino nessa altura do campeonato
Só podia ser piada de vizinha
Mas como Deus não é homi de piada
Fez nascer justo de onde não vinha

Gabriel, o arcanjo do Senhor
Disse a Zacarias que ele ia se papai
O homi se espantou com aquilo
E achou que não, jamais
Gabriel olhou e disse pra ele:
Tu pensa que eu sou anjo paraguai?

Eu sou é servo de Deus
Que mandou esse recado trazer
Mas como você tá duvidando
Se prepare pro que eu vou fazer
Vai ficar sem falar uma ruma de dia
Até o minino nascer

E assim foi o acontecido
Isabel, bem veinha, embuchou
Zacarias continuava mudo
Mesmo assim a Deus adorou
A mulher já tava com seis meses
Quando o anjo do céu retornou

Mas dessa vez bateu noutra porta
Na de Maria, prima de Isabel
Ela era uma moça bem jovem
Abençoada por Deus, mulher fiel
Ele disse que ela ia ter um minino
Jesus, o nazareno, o Emanuel

Por ser virgem ela achou impossível
Mas não quis do senhor duvidar
Já José, seu noivo na época
O casamento ele quis cancelar
Mas o anjo explicou tudinho
E o homi se apressou pra casar

Deus quando fala, fala é direito
E toda promessa Dele é confirmada
Esse negócio que o Senhor mandou dizer
Sem confirmação é tudo furada
Tu acredita que Deus confirmou ainda mais
A promessa que já foi aprovada?

Maria foi visitar Isabel
E na chegada a cumprimentou
Isabel quando viu Maria
O minino no bucho balançou
Sabia nem que a outra tava gravida e disse:
Acredite Maria, no que anjo Falou.

Isabel teve o minino
E o povo doido pra saber o nome
Disseram pra por Zacarias Filho
Ela disse que era João e batista o sobrenome
Eles insistiram em chamar Zacarias
E o pai sem falar, escreveu sem cognome

Cognome é mesmo que apelido
Ele escreveu bem direitin o nome de João
Poderia ter escrito Joazin
Mas o anjo não tava de brincadeira não
Zacarias voltou a falar
E essa história correu a região

Naquela época também tinha IBGE
Que contava o tamanho da população
Mas se eu sou do ceará e morava em alagoas
A contagem não valia não
Tinha que voltar pra minha terrinha
E se apresentar ao escrivão

Foi numa dessa que nasceu Jesus.
José e Maria moravam em Nazaré
Foram a Belém pra tal contagem
150 kilômetros de viajem a pé
O jumentinho era só pra Maria
Coitado dos pés de José

A cidade tava lotada
Não tinha vaga em nenhum pensão
O minino se aprontou pra nascer
Maria já tava com um barrigão
Correram pra uma estrebaria
E cadê ter médico de plantão?

Jesus nasceu ali mesmo
Simples como devemos ser
Não teve médico, nem enfermeira
Mas Deus assim quis fazer
Pra servir de lição pra muitos
Que querem tanto aparecer

Deus se encarregou da Festa
Teve até chá de bebê
Fez nascer no céu uma estrela
Para que todos pudessem ver
Que ali nasceu o minino
Que por nós irá vencer

Três pastores ao ver a estrela
Se perguntavam o que era aquilo
O Anjo de Deus foi até eles
E disse: Rapaz, fique tranquilo
Nasceu o Rei de vocês
Vão lá visitar o pupilo

Os homens pensaram em palácio
E foram até o Rei Herodes
O perguntaram pelo rei que nasceu
- Que rei? Se eu sou o lorde?
O cabra ficou enjuriado
E Chamou o sacerdote

Me diga onde vai nascer o Messias
Fale logo que eu tô aperriado
Responderam que era em Belém
O cabra ficou agoniado
Chamou os pastores pra conversa
E mentiu bem descarado

Vão até lá e achem o minino
Depois voltem pra cá
Quero que me digam direitinho
Onde o Rei pode estar
POis também quero ir
Me prostar e adorar

O pastores sairam dali
Acreditando que era verdade
O anjo de Deus os guiou
Há uma certa maternidade
Onde nasciam cavalos e bois
Dos homens daquela cidade

Belchior, Gaspar e Baltazar
Eram os nomes daqueleS senhores
Quando viram o minino ali
Sem luxo, riqueza e valores
Sentiram a presença de Deus
E choraram aqueles pastores

O chá de bebê de Jesus
Aconteceu naquele momento
Ao invés de fralda tinha ouro
De chupeta tinha incenso
Foi dado até um pote de mirra
Como forma de agradecimento

Deus disse pra eles em sonho
Pra mudarem o caminho da volta
Pois herodes estavam esperando
Armado com sua escolta
A fim de pegar o minino
E fazer uma reviralvolta

Deus disse também a José
pro egito ele fugir
Pois o rei ia matar
O bebê nascido ali
Jesus o nazareno
Descendente de Davi

Do egito eles foram
Conforme disse a profecia
Para a terra de Nazaré
Onde ele cresceria
Foi batizado por João
O filho de Zacaria.

Essa sim é a história
Que todos devemos lembrar
Que eu saiba Jesus não era gordo
E de trenó não costuma andar
E foi dele o maior presente
A salvação que vamos herdar