28/05/2009

GALOPE A BEIRA MAR – NOVO TESTAMENTO

Autor: Fernando Paixão

Eu lembro que o povo lá da Galiléia
No tempo passado esperava o Messias
Até que cessou a contagem dos dias
Surgindo do meio da classe plebéia
Um jovem pregando pra sua platéia
Dizendo que as coisas precisam mudar
E chama discípulos pra lhe ajudar
Convidando gente do campo e da praça
Chamou pescadores que viu na barcaça
Cantando galope na beira do mar.


Tudo começou quando na Palestina
O povo amargava uma forte opressão
Sofrendo sonhava por libertação
E de Nazaré uma jovem menina
Tão doce, inocente, pura e pequenina
Um anjo aparece pra lhe avisar
Que seu ventre puro iria gerar
Um filho que ia ser grande poeta
Salvador e santo, pastor e profeta
Cantando galope na beira do mar.


A jovem assustada prostrou-se no chão
Dizendo que aquilo não era possível
Mas a pulsação do seu peito sensível
Qual jovem criança quase sem razão
Dizendo pro anjo: não tenho varão
Por isso não posso esse filho gerar
Mas, faça-se em mim o que Deus desejar
Pra Deus quero ser uma serva fiel
Cantando louvores ao Deus de Israel
Nos dez de galope na beira do mar.


O tempo passou e o povo escutava
A voz que clamava no alto deserto
Pra cima, pra baixo, pra longe e pra perto
Soava essa voz que o profeta pregava
Nas águas do rio também batizava
Pedindo ao povo pra se preparar:
Que nosso Messias não tarda a chegar
- Batizo com água começando o jogo
Mas ele batiza com Espírito e com fogo
Cantando galope na beira do mar.


Jesus aparece para João Batista
Mergulha nas águas do Rio Jordão
Quando se batiza tem uma visão
Narrada no livro do Evangelista
O céu se abrindo diante da vista
Palavra serena ele ouve no ar
O Espírito Santo vem sobrevoar
Jesus nessa hora se faz consciente
Que ele é o Filho do Onipotente
Cantando galope na beira do mar.


E para o deserto ele foi conduzido
A soma dos dias contava quarenta
Jesus persevera, se esforça e enfrenta
Todo pesadelo por ele sofrido
Escuta uma voz lhe falando no ouvido
Eu tenho poderes pra lhe ofertar
Porém Jesus Cristo se fez superar
Não foi seduzido por seu inimigo
Com a força de Deus se livrou do perigo
Cantando galope na beira do mar.


E assim começou para o pobre e pequeno
Feliz despontar de uma nova bonança
Porque nessa hora a finada esperança
Já ressuscitava em Jesus Nazareno
Aquele rapaz com aspecto sereno
Com plenos poderes se pôs a pregar
Chamando os pequenos para celebrar
Seu Reino de paz, de justiça e igualdade
Um Reino onde impera somente a verdade
Nos dez de galope na beira do mar.


A sua mensagem não foi escutada
Por gente importante da sua nação
Porém encantando toda multidão
A boa semente da paz foi plantada
Mas foi o Sinédrio que armou a cilada
Dizendo: esse homem nós vamos calar
Prenderam, julgaram para o condenar
A morte cruel duma cruz amargou
No terceiro dia ele ressuscitou
Cantando galope na beira do mar.

O VALOR DA RESSURREIÇÃO

Autor: Euriano Sales

Grandes reis, grandes juizes
Grandes magos e profetas
Grandes homens desse mundo
Cantores, Artistas e Atletas
Cientistas, Generais, Presidentes
Todos eles tiveram uma meta

Muitos deles a cumpriram
Começou e Terminou
Mas teve gente que infelizmente
No meio do caminho ficou
Morreram antes da hora
E nunca ressuscitou

Livros incompletos
Teorias inacabadas
Mandatos não cumpridos
Guerras não finalizadas
Obras interrompidas
Esperanças derrubadas

Tem profeta que foi e nao veio
E tem gente que ainda espera
Maomé, Buda, Zoroastro
Cada um em sua era
Estão mortos e enterrados
E o povo ainda venera

Como pode alguém venerar
Um ser igual a mim
Eu mesmo é que não queria
Crer num deus assim
No aperreio pra quem eu apelo?
Um ser que já teve seu fim?

Eu quero algo diferente
Que seja maior do que Eu
Que seja maior que o mundo
Maior do que os anjos de Deus
Prefiro crer em alguem
Que até a morte venceu

Dessa forma eu tenho esperança
A morte nao é o fim do meu mundo
Pois prefiro crer na vitória
Ainda que seja absurdo
Quem disse que a morte é lucro
Entendeu o sentido de tudo

Resolvi então adorar
Esse alguém que eu imaginei
Será que existe um ser assim?
Entre os profetas, deuses e Rei?
Se existe com certeza
É a ele que eu seguirei

Procurei no dicionário
Começando na letra A
Acabei não demorando muito
Pois no J, lá está
Esse alguém que eu procurava
Era Jesus, Leão de Judá

Carpinteiro e Profeta,
Foi homem, é Deus e Rei
É maior do que o mundo
Maior de todos que eu falei
Venceu povos e culturas
Sem burlar nenhuma lei

Dividiu a história no meio
Antes e depois de Cristo
Deu visão a quem foi cego
Fez milagres imprevistos
Tudo o que ele previu
Aconteceu como foi dito

Perseguido ele foi
E numa cruz foi pendurado
Morreu como foi previsto
Passou três dia enterrado
Mas foi o único que ressucitou
E o seu trabalho terminado

O NASCIMENTO DE JESUS (CORDEL ANIMADO)

Textos: Euriano Sales
Desenhos: Meg Banhos


A HISTÓRIA DO CORDEL




A história da literatura de cordel começa com o romanceiro luso-espanhol da Idade Média e do Renascimento. O nome cordel está ligado à forma de comercialização desses folhetos em Portugal, onde eram pendurados em cordões, lá chamados de cordéis. Inicialmente, eles também continham peças de teatro, como as de autoria de Gil Vicente (1465-1536).Foram os portugueses que trouxeram o cordel para o Brasil desde o início da colonização. Na segunda metade do século XIX começaram as impressões de folhetos brasileiros, com características próprias daqui. Os temas incluem desde fatos do cotidiano, episódios históricos, lendas , temas religiosos, entre muitos outros. As façanhas do cangaceiro Lampião (Virgulino Ferreira da Silva, 1900-1938) e o suicídio do presidente Getúlio Vargas (1883-1954) são alguns dos assuntos de cordéis que tiveram maior tiragem no passado. Não há limite para a criação de temas dos folhetos. Praticamente todo e qualquer assunto pode virar cordel nas mãos de um poeta competente.

No Brasil, a literatura de cordel é produção típica do Nordeste, sobretudo nos estados de Pernambuco, da Paraíba, do Rio Grande do Norte e do Ceará. Costumava ser vendida em mercados e feiras pelos próprios autores. Hoje também se faz presente em outros Estados, como Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo. O cordel hoje é vendido em feiras culturais, casas de cultura, livrarias e nas apresentações dos cordelistas.

CRISTÃO QUE CRÊ NÃO MORRE

Autor: Tarcísio José Fernandes Lopes

Um cristão com mão amiga
Que tem Deus no coração
E que ama seu irmão,
Só quer paz, não quer intriga.
Esse aí Deus não castiga.
Se o pecado não lhe acorre,
Sua salvação ocorre;
Então ele grita forte:
Não se achegue, dona morte,
Pois cristão que crê não morre.


É assim que eu quero ser,
Para isso me preparo.
Pecador eu me declaro
Mesmo sendo sem querer.
Mas trocando o prazer
Que da tentação decorre
Por um Deus que me socorre,
Ir pro céu será meu norte.
Não se achegue, dona morte,
Pois cristão que crê não morre.


O que eu quero é viver,
Pra morrer não tenho pressa.
Minha vida recomeça
Quando Deus levar meu ser.
Quando isso acontecer
Todo mal de mim escorre,
Porque Deus a mim socorre.
E se Deus é meu consorte,
Não se achegue, dona morte,
Pois cristão que crê não morre.


Todo dia agradeço
A meu Deus por minha vida,
Que em mim foi concebida
Sem nenhum “mau adereço”.
Eu não sei se eu mereço
Ter a vida que me acorre.
Se a mereço, que me jorre
Abundante esta sorte.
Não se achegue, dona morte,
Pois cristão que crê não morre.


Repensando meus conceitos,
Caibo bem neste meu mundo.
Meus deveres não confundo
Com quaisquer dos meus direitos.
Expurgando meus defeitos
Em meu ser o bem percorre
E meu íntimo assim discorre:
– Se a fé me dá suporte,
Não se achegue, dona morte,
Pois cristão que crê não morre.


Nesta estrofe derradeira
Eu revelo um segredo:
De morrer, eu tenho medo,
Foi assim a vida inteira.
Sei que a vida é passageira
Mas não quero que ela torre.
Sei que a morte sempre ocorre,
Mas morrer não é meu forte.
Não se achegue, dona morte,
Pois cristão que crê não morre.

O Nascimento de Jesus



Autor: Euriano Sales

Dos doze meses do ano
O de dezembro é o mais bonito
Todo mundo prega a paz
Confraternizam em nome de Cristo
Mas ai daquele que não der um presente
Pode gerar até um conflito

É verdade, é assim que acontece
E por favor não me interprete mal
Pois esse mês tão lindo que eu disse
Também é o mês mais comercial
Nascimento de quem? Jesus?
Eu quero é meu presente de natal

Ninguem lembra do começo de tudo
Mas pode deixar, vou refrescar sua memória
Há muito tempo, lá em Belém
Deu início a essa bela história
Do verdadeiro dono da festa
Digno de toda honra e glória

Houve um período na história
Que Deus se calou pro seu povo
Foram cerca de 400 anos
Até surgir um profeta novo
O nome dele seria João
Responsável por esse renovo

Zacarias era um homem bem velho
E Isabel também bem veinha
Ter um minino nessa altura do campeonato
Só podia ser piada de vizinha
Mas como Deus não é homi de piada
Fez nascer justo de onde não vinha

Gabriel, o arcanjo do Senhor
Disse a Zacarias que ele ia se papai
O homi se espantou com aquilo
E achou que não, jamais
Gabriel olhou e disse pra ele:
Tu pensa que eu sou anjo paraguai?

Eu sou é servo de Deus
Que mandou esse recado trazer
Mas como você tá duvidando
Se prepare pro que eu vou fazer
Vai ficar sem falar uma ruma de dia
Até o minino nascer

E assim foi o acontecido
Isabel, bem veinha, embuchou
Zacarias continuava mudo
Mesmo assim a Deus adorou
A mulher já tava com seis meses
Quando o anjo do céu retornou

Mas dessa vez bateu noutra porta
Na de Maria, prima de Isabel
Ela era uma moça bem jovem
Abençoada por Deus, mulher fiel
Ele disse que ela ia ter um minino
Jesus, o nazareno, o Emanuel

Por ser virgem ela achou impossível
Mas não quis do senhor duvidar
Já José, seu noivo na época
O casamento ele quis cancelar
Mas o anjo explicou tudinho
E o homi se apressou pra casar

Deus quando fala, fala é direito
E toda promessa Dele é confirmada
Esse negócio que o Senhor mandou dizer
Sem confirmação é tudo furada
Tu acredita que Deus confirmou ainda mais
A promessa que já foi aprovada?

Maria foi visitar Isabel
E na chegada a cumprimentou
Isabel quando viu Maria
O minino no bucho balançou
Sabia nem que a outra tava gravida e disse:
Acredite Maria, no que anjo Falou.

Isabel teve o minino
E o povo doido pra saber o nome
Disseram pra por Zacarias Filho
Ela disse que era João e batista o sobrenome
Eles insistiram em chamar Zacarias
E o pai sem falar, escreveu sem cognome

Cognome é mesmo que apelido
Ele escreveu bem direitin o nome de João
Poderia ter escrito Joazin
Mas o anjo não tava de brincadeira não
Zacarias voltou a falar
E essa história correu a região

Naquela época também tinha IBGE
Que contava o tamanho da população
Mas se eu sou do ceará e morava em alagoas
A contagem não valia não
Tinha que voltar pra minha terrinha
E se apresentar ao escrivão

Foi numa dessa que nasceu Jesus.
José e Maria moravam em Nazaré
Foram a Belém pra tal contagem
150 kilômetros de viajem a pé
O jumentinho era só pra Maria
Coitado dos pés de José

A cidade tava lotada
Não tinha vaga em nenhum pensão
O minino se aprontou pra nascer
Maria já tava com um barrigão
Correram pra uma estrebaria
E cadê ter médico de plantão?

Jesus nasceu ali mesmo
Simples como devemos ser
Não teve médico, nem enfermeira
Mas Deus assim quis fazer
Pra servir de lição pra muitos
Que querem tanto aparecer

Deus se encarregou da Festa
Teve até chá de bebê
Fez nascer no céu uma estrela
Para que todos pudessem ver
Que ali nasceu o minino
Que por nós irá vencer

Três pastores ao ver a estrela
Se perguntavam o que era aquilo
O Anjo de Deus foi até eles
E disse: Rapaz, fique tranquilo
Nasceu o Rei de vocês
Vão lá visitar o pupilo

Os homens pensaram em palácio
E foram até o Rei Herodes
O perguntaram pelo rei que nasceu
- Que rei? Se eu sou o lorde?
O cabra ficou enjuriado
E Chamou o sacerdote

Me diga onde vai nascer o Messias
Fale logo que eu tô aperriado
Responderam que era em Belém
O cabra ficou agoniado
Chamou os pastores pra conversa
E mentiu bem descarado

Vão até lá e achem o minino
Depois voltem pra cá
Quero que me digam direitinho
Onde o Rei pode estar
POis também quero ir
Me prostar e adorar

O pastores sairam dali
Acreditando que era verdade
O anjo de Deus os guiou
Há uma certa maternidade
Onde nasciam cavalos e bois
Dos homens daquela cidade

Belchior, Gaspar e Baltazar
Eram os nomes daqueleS senhores
Quando viram o minino ali
Sem luxo, riqueza e valores
Sentiram a presença de Deus
E choraram aqueles pastores

O chá de bebê de Jesus
Aconteceu naquele momento
Ao invés de fralda tinha ouro
De chupeta tinha incenso
Foi dado até um pote de mirra
Como forma de agradecimento

Deus disse pra eles em sonho
Pra mudarem o caminho da volta
Pois herodes estavam esperando
Armado com sua escolta
A fim de pegar o minino
E fazer uma reviralvolta

Deus disse também a José
pro egito ele fugir
Pois o rei ia matar
O bebê nascido ali
Jesus o nazareno
Descendente de Davi

Do egito eles foram
Conforme disse a profecia
Para a terra de Nazaré
Onde ele cresceria
Foi batizado por João
O filho de Zacaria.

Essa sim é a história
Que todos devemos lembrar
Que eu saiba Jesus não era gordo
E de trenó não costuma andar
E foi dele o maior presente
A salvação que vamos herdar