03/01/2010

A história da IBC em Cordel

Autor: Euriano Sales

Valei-me meu Deus do céu
O fim do ano já chegou
Inda me lembro do ano passado
Do desafio que o pastor lançou
Fincou em nóis raizes e rumos
E durante o ano todin adubou

Pense num adubo bom
Com a igreja todinha mexeu
Buliu com os jovens e as crianças
Muuuita gente se converteu
Num reparou não nas cara nova
Que a mão no culto estendeu?

Pois foi sim senhor...
Deus já fez muita coisa nessa IBC
Desde o tempo que a TV era preto e branco
E que doutor, era quem sabia lê
O Elvis Presley inda era vivo
E o Michael Jackson inda era bebê)

A igreja nasceu em cinquenta e cinco
Bem no centro da cidade
Era um local bem piquininin
Mas atendia a necessidade
Por isso se chama Batista Central
Devido a sua localidade

E esse local era alugado
Tava na hora de comprar um terreno
E pois nun foi que apareceu um
E era bem pertin que tavam vendendo
Compramo em 8 prestações
E o terreno num era pequeno

Ficava na Gonçalves Lêdo
E lá ficamo um monte de ano
Por lá passaram algus pastores
Entre eles seu Chico Caetano
Mas no fim da década de 70
Num tinha niguem pastoreando

Pra vocês terem uma idéia
Do tamanho da congregação
Era só juntar os irmão tudin
Que nun cabia num caminhão
Num chegava a ter quarenta
Era 1 por cento dessa multidão

Em sua maioria Jovens
Considerados intelectuais
Pois cursavam a faculdade
E lutavam por seus ideais
Pediam a Deus que viesse um pastor
Que dali não saísse mais

Vieram alguns pra entrevista
Mas de cara eram testado
Tinham que respoder uma pergunta
E ai daquele se dissesse errado
Pense num engodo medonho
Tudim que veio saiu enrrolado

Mas surgiu um rapaizin novo
Que nos states foi formado
Era um tal de Armando Bispo
Ex-empresário endinheirado
Que largou tudo o que tinha
Pra seguir o seu chamado

Chegou aqui bem caladin
Num respodia sim, nem não
Passou mui bem no tal do teste
Tava no camin da aprovação
Ao analiserem sua vestimenta
Se arrumava só no Padrão

Terno bonito e aprumado
De gravata e colete
Calça de linho bem passada
Mas dispensava outros enfeite
Tinha um bigode bem finin
Magro que nem alfinete

A igreja nesse tempo
Era bem tradicional
Os banco tudo de madeira
Tinha tanque batismal
Bater palma na igreja
Era coisa anormal

O louvor era seleto
Só os hino do Cantor Cristão
De instrumento só o órgão
Nem pensar ter violão
Não podia tocar rock,
Reggae, funk e nem sambão

Nessa época nossa igreja
Era Batista Regular
Tinha muitas desse jeito
Espalhada no Ceará
Tudo que fizesse aqui
Tinha contas pra prestar

Essa foi também a época
Dos estudos bíblicos no lar
O pastor era convidado
Pra numa casa ir falar
"praqueles" que não eram crentes
E na igreja nao queriam pisar

Numa dessa surgiu um rapaz
Que se converteu na reunião
Tinha fama de boêmio
E tocava um bom violão
Era o Amarílio Fontenele
E aqui merece atenção

Certo dia o Amarílio
Disse que queria cantar
Uma música de sua autoria
Que a Deus ia adorar
E o pastor autorizou
O cabra subir no altar

Nesse dia o evento
Era um encontro missionário
O amarílio tocou samba
Nada haver com o hinário
O pastor ficou vermeio
E quaiz se esconde no armário

O samba era muito bonito
Mas o cabra inda tocou com violão
Pense num escândalo
Pros conservadores de plantão
Quem gostou foi a mocidade
E no pastor meteu pressão


O templo já tava pequeno
Tava na hora de se mudar
Veio então a estratégia
Na escolha do lugar
Tinha que ser um canto neutro
Pros descrentes frequentar

Então os cultos de domingo
se mudaram prum hotel
No salão do Metropolitan
Um cantin só o pitel
Os jovens universitários
Já tinham virado bacharel

Um carteiro matemático
Por lá apareceu
Se chamava Alcimou
E com ele se ergueu
O Teatro Sal da Terra
Que por anos percorreu

Percorreu essa cidade
Fazendo evangelismo
Ensinando a palavra
Ao invés de algarismo
Despertando a nação
A sair do conformismo

Uma jovenzinha americana
Com uma voz muito bonita
Foi se apresentar um dia
Na nossa igreja batista
Levou consigo um playback
E louvou a senhorita

O regente do coral
Não gostou da apresentação
Pois escutou uma bateria
Lá no fundo da canção
Disse que era absurdo
Isso na congregação

Isso num era nada
Comparado ao que viria
Um grupo chamado Milad
Que o brasil percorria
Pediu pra se apresentar
Na igreja um certo dia

Montaram os microfones
Até ai tudo bem
Mas iventaram por um baixo
E uma guitarra também
Quando montaram a bateria
Ninguém disse um amém

Cantaram um rock and roll
Que falava de Jesus
Houve palmas e dancinhas
Só faltou jogo de luz
Se uniram e pediram
Ao Pastor Bispo da Cruz

Compra logo uma bateria
Pra gente fazer o louvor
Vamo animar essa igreja
Cantando ao Senhor
E atrair novas pessoas
Entoando o seu amor

A bateria foi comprada
Mas não se podia tocar
O Bispo a deixou no canto
Pra igreja acostumar
Até que se canssaram
De pra ela só olhar

Essa foi uma nova fase
Que a igreja foi vivendo
Já não era regular
E aos poucos foi crescendo
Vendeu a Gonçalves Ledo
E comprou outro terreno

E já era de costume
Acampamento e passeio
O local era alugado
Esse era o nosso meio
Ter um sítio nosso, próprio
Esse era nosso anseio

Um desses acampamentos
Foi o acamp dos morcego
Aconteceu em maraguape
Pense num desassossego
Era num casarão tão véi
Que dava medo em muito nego

Banheiro só tinha um
Quem comia lavava o prato
Morcego tinha de ruma
Só não soube se tinha rato
Mas Deus agiu sobremaneira
E isso sim foi fato

O que foi vivido lá
Nos trouxe nova visão
Descobrimos quantos dons
Há nessa congregação
Vivendo no espírito
Foi o tema em questão

Com o dinheiro do terreno
Compramo uma bela propriedade
Esse era o Sítio Manibura
Entre o Jardim e a Cidade
Lá nois tinha acampamento
Com bem mais facilidade

E foi num acampamento
Que surgiu um festival
De música cristã
Com caráter autoral
Que seria então cantada
No culto dominical

Pensando estrategicamente
Manibura era distante
O que a gente precisava
Era um canto cativante
Que fosse perto de tudo
E cabesse um bom montante

Entao surgiu um imóvel
Num cantinho bem central
Fica no Dionísio Torres
Melhor não tinha igual
Pois cabia a igreja
E um centro educacional

Centro esse era o Kerigma
E até hoje inda estar lá
Mas voltando pra conversa
Quero bem aqui frisar
Que esse foi grande momento
Pra chegarmos até cá

Construimo um auditório
Que o teto era de palha
As viga de carnaúba
Chega o vento se espalha
Podia cair um toró
Que não se via uma falha



Pulamo de cento e onze membros
Pra trezentos e cinquenta
Lá que surgiu os EPLs
Uma grande ferramenta
De crescimento para os lideres
Que dos estudo experimenta

Nós atraimos muitos jovens
Com encontros facilitadores
Tinha o festival Canta Jovem
Revelando novos valores
E vários torneios de esporte
Atraindo jogadores

Havia o Ponto Central
Um evento da mocidade
E o trinta e quatro zero um
Conhecido na cidade
Era tanta gente nova
Que só cabia a metade

Vivemos uma grande fase
Da escola bíblica dominical
Pastor Zé vei de São Paulo
E se firmou nesse arraial
E o Alcimou que era artista
Foi consagrado no final

No final de 95
Ele virou nosso pastor
A igreja agora tinha
Mais de 600 meu senhor
Os cultos era no 7 de setembro
Pois a palhoça não comportou

Teve início os Grupos Pequenos
Separados por sessão
Tinha os grupos do Apoio
E de edificação
Tinha até de evangelismo
Cada qual sua missão

Mais na frente isso mudou
Pois não tava dando certo
Pois todas essas ações
É dever e nosso mérito
Dividir por faixa e classe
É o que era mais correto

A igreja tava crescendo
E precisava de organização
Pensar em Planejamento
Num era coisa de Deus não
Pois igreja num é empresa
E pastor num é patrão

Mas um mínimo de organização
Não era ruim, pelo contrário
Difinir crenças e valores
Era extraordinário
Ter algo bem planejado
Realmente é necessário

E apareceu os oito passos
Que a igreja ia seguir
Relacionamento integro
Tinhamos que definir
Verbalizar a fé e prática
Era algo a se cumprir

Os encontros facilitadores
E grande congregação
Eram os terceiro e quarto passo
Dessa nossa nova visão
Investir em pequenos grupos
Fazia parte da lição

O sexto passo era
Investimento no ensino
O sétimo era servir
Seja adulto ou menino
E o oitavo a mordomia
Não importa de quem seria
Masculino ou Feminino

Pra isso tudo acontecer
Na igreja em geral
Começou no acampamento
Sobre o dom espiritual
E culminou numa reforma
da rede ministerial

Um visão maravilhosa
Que brotou na congregação
No tornamos referência
Do assunto em questão
Cada um servia a Deus
Conforme o seu coração

O pagodeiro fez pagode
O rallizeiro acelerou
O surfista tirou onda
O centurião observou
O Cordelista fez poesia
O artista grafitou

Adolescentes tiveram espaço
Os jovens tambem teu o seu
O esporte com atletas de cristo
Criança no Oanse cresceu
Quem tem palavra aconselha
Seguindo o chamado de Deus

O caminho do serviço
Foi bastante preenchido
Mas o coração do homem
Machucado e ferido
Precisava de uma ajuda
Antes que fosse partido

Um programa então surgiu
E aqui foi implantado
Celebrando a Restauração
Foi assim que foi chamado
Através de 12 passos
O coração é restaurado

A igreja do serviço
Logo foi se transformando
Em algo bem maior
Maior que o coração humano
Servindo na restauração
Cuidando muito e amando

Compramo um terreno enorme
Na entrada de fortaleza
Levantamos ali um tenda
Bem branquinha, uma beleza
E foi aqui que deu início
A luta pela pureza

Em um acampamento do jovens
Com tema de sexo puro
Implantamo uma atitude
E saimos de cima da muro
Através de uma aliança
Nos guardamos pro futuro

E chega dois mil e nove
E chega uma nova visão
Nós não só temos pequenos grupos
Que só vive de reunião
Somos uma igreja de pequenos grupos
Impactando essa nação

3 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Irmão, vc é um artista e tanto.

    Aprendi a gostar desse "tar" de cordel depois que ouvi a história de natal na nossa querida e amada IBC.
    Deus continue te abençoando com esse talento.

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  3. Que Deus faça crescer ainda mais o seu talento meu querido! Fico feliz de ver uma história tão bonita e cativante, de uma maneira bem regional! Show de Bola! Parabéns Euriano! Nem só de vídeo víve esse homem...

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